O teste do impulso cefálico por vídeo (mais conhecido pela sua sigla em inglês vHIT) é um exame relativamente novo na prática clínica, tendo sido criado há menos de quinze anos1.
Esse exame é capaz de avaliar a função de uma parte importante do labirinto, que são os canais semicirculares e de suas conexões com o nosso sistema nervoso central, por intermédio da análise do movimento dos olhos em relação ao movimento da cabeça.
Isso é possível pois existe uma conexão importante entre o nosso labirinto e os nossos olhos através do reflexo vestíbulo-ocular, que é o reflexo que permite que possamos manter os nossos olhos no alvo mesmo com a cabeça em movimento.
Assim, quando esse movimento da cabeça é feito de forma rápida (como na maioria dos movimentos da nossa cabeça no nosso dia a dia) os olhos só conseguem se manter no alvo devido aos nossos labirintos!
Baseado nessa premissa, foi desenvolvido um óculo especial que contém um acelerômetro, capaz de detectar o movimento da cabeça, e uma microcâmera que vai detectar o movimento de um dos olhos durante o movimento da cabeça.
Basicamente, o exame é feito com o paciente sentado com os óculos posicionados, com o médico examinador fazendo alguns movimentos na cabeça do paciente enquanto esse fixa o olhar num alvo na parede.
O exame costuma ser rápido, geralmente não levando mais que 10 a 15 minutos em mãos experientes, tendo um leve desconforto pelo aperto dos óculos, mas geralmente nada mais que isso. Raramente, em algumas situações específicas, o paciente pode ficar um pouco tonto, mas isso costuma ser bem leve, nada comparável à prova calórica, que é um outro exame muito popular para avaliar essa parte do labirinto (aquele teste em que se aplica um ar ou água aquecida e fria nos ouvidos…).
Apesar de que a prova calórica pode trazer algumas informações complementares e ser ainda útil em algumas situações, é um exame cada vez menos solicitado pois, além de ser mais demorado e exigir um certo preparo por parte do paciente, causa muito mais desconforto além de avaliar apenas os canais semicirculares laterais, enquanto o vHIT consegue avaliar também todos os outros (canais semicirculares anteriores e posteriores).
Assim, cada vez mais, o vHIT vem assumindo a posição como um dos principais exames para avaliação do labirinto na prática clínica.