Quando se deve utilizar um aparelho auditivo?

Quando se deve utilizar um aparelho auditivo?

O aparelho de amplificação sonora individual (AASI), também conhecido popularmente como aparelho auditivo, é um dispositivo utilizado para amplificar os sons e é ainda hoje o principal recurso na reabilitação de pessoas com perdas de audição.

Os primeiros aparelhos auditivos foram criados no século XIX, mas eram muito grandes e com amplificação aquém do desejado, além do que poucas pessoas tinham acesso ao seu uso. Ao longo do século XX novas tecnologias foram surgindo o que possibilitou que os aparelhos auditivos ficassem cada vez menores, mais potentes e mais acessíveis, facilitando a sua utilização por um número cada vez maior de pessoas.

Hoje, já é possível ter uma melhora satisfatória dos sons e da compreensão das palavras no paciente com perdas auditivas leves e em muitos pacientes com perdas auditivas de grau mais severo. Além disso, a questão estética deixou de ser um problema significativo já que hoje existem opções de aparelhos bastante discretos. Aparelhos de boa qualidade ainda não podem ser considerados baratos – especialmente em se tratando da realidade brasileira – mas já são mais acessíveis em relação ao preço do que já foram no passado.

Teoricamente, qualquer pessoa com perda auditiva, mesmo que de grau leve, que já sente prejuízo na sua qualidade de vida é considerada candidata ao uso do aparelho auditivo. Além disso, o aparelho auditivo hoje também é uma forma de tratar zumbido em pessoas que apresentam perda auditiva, mesmo que essa não seja percebida pelo paciente.

Hoje se sabe que além da melhora da audição e do seu potencial em tratar alguns tipos de zumbido, o aparelho auditivo apresenta algumas outras vantagens. Como atua como um estimulador constante das vias auditivas, ajuda de certa forma a “estabilizar” a perda auditiva em muitos casos, ou fazendo com que essa aconteça de forma mais lenta ao longo do tempo. Além disso, no caso do paciente idoso, acredita-se que a longo prazo o estímulo auditivo e a preservação da audição também podem ajudar nas questões cognitivas, como atenção, memória e raciocínio.

Diante dessas muitas vantagens, cada vez mais considera-se o uso do aparelho auditivo de forma precoce naquelas pessoas que já apresentam indicação ao seu uso.

No entanto, é fundamental que antes de utilizar um aparelho auditivo, o paciente seja avaliado primeiramente por um médico otorrinolaringologista. Isso é justificado pois a indicação do aparelho vai se basear não apenas no grau da perda auditiva, mas também no seu diagnóstico. Nem todas as doenças que causam perda auditiva são tratadas com aparelho auditivo. Usando um exemplo mais raro, mas possível, se o paciente tem uma surdez apenas de um ouvido apenas, causada por um tumor dentro do ouvido, o médico é necessário para fazer esse diagnóstico e indicar o tratamento correto.

Por fim, o após a indicação médica, o trabalho da equipe de fonoaudiologia será muito importante no processo de adaptação. Não adianta ter o melhor aparelho auditivo do mundo nas mãos e não ter um profissional capacitado que possa fazer o ajuste correto e individualizado voltado às necessidades daquele paciente.