POTENCIAL EVOCADO MIOGÊNICO VESTIBULAR (VESTIBULAR EVOKED MYOGENIC POTENTIAL – VEMP)

O Potencial Evocado Miogênico Vestibular (mais conhecido pela sua sigla em inglês VEMP) é mais um importante exame que avalia a função do labirinto descrito há quase 30 anos1, mas ainda pouco conhecido da população e pelos próprios médicos.

 

Assim como outros exames, vai avaliar o labirinto de forma indireta. Porém a avaliação se faz por intermédio da avaliação da contração de um determinado músculo e não pelo movimento dos olhos como é no caso do vHIT ou da prova calórica.

O grande diferencial do VEMP é que esse exame analisa uma parte importante do labirinto – que não é avaliada pelos outros exames que dispomos hoje – que são o sáculo e utrículo, que formam a parte central do labirinto.

 

Esse é um exame eletrofisiológico que consista na captação da resposta muscular durante um estímulo auditivo feito por fones de ouvido.

 

Existem dois tipos mais comuns de VEMPs feitos na prática clínica:

  1. VEMP cervical: avalia a resposta pelo relaxamento do músculo esternocleidomastoideo enquanto o paciente faz um movimento do pescoço de rotação (se paciente estiver sentado) ou de elevação da cabeça (se o paciente estiver deitado). São colocados eletrodos na região do pescoço e na testa para esse exame que avalia o reflexo vestíbulo-espinhal;
  2. VEMP ocular: Avalia a resposta pela contração do músculo oblíquo inferior enquanto o paciente mantém o olhar para cima. O paciente fica deitado durante esse exame e são colocados eletrodos na região abaixo dos olhos e na testa para esse exame que avalia o reflexo vestíbulo-ocular.

 

É um exame rápido (cada um dos VEMPs não demorando mais que 15 a 20 minutos em média), indolor e que não causa tontura. Outra vantagem interessante é que pode ser feito mesmo se o paciente for completamente surdo, já que o estímulo auditivo vai atingir a região do labirinto do sáculo e utrículo, que não tem relação com a audição.

 

 

  1. Colebatch, J.G., Halmagyi, G.M., Skuse, N.F., 1994. Myogenic potentials generated by a click-evoked vestibulocollic reflex. J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry 57 (2), 190–197