Neurite Vestibular

O paciente com NEURITE VESTIBULAR costuma apresentar uma crise de vertigem súbita, com duração de horas a dias, com náuseas e/ou vômitos e muita instabilidade para caminhar.

 

Ou seja, é uma das piores crises de labirinto que um indivíduo pode experimentar. E é ainda mais assustador pois geralmente ocorre em pessoas que nunca tiveram tonturas ou vertigens anteriormente. Pode acontecer em homens ou mulheres independentemente da idade, sendo mais frequente na idade adulta.

 

Como o mal-estar é muito grande, o paciente com neurite vestibular costuma ir assim que possível a um pronto-atendimento sendo fundamental que o médico emergencista saiba diferenciar essa condição com outros distúrbios de labirinto, mas especialmente de causas mais graves como um acidente vascular encefálico (AVE) que, em alguns raros casos, pode ter uma apresentação semelhante.

 

A neurite vestibular é uma condição BENIGNA, que ocorre por inflamação do nervo do labirinto, chamado de nervo vestibular, geralmente de um dos lados. A teoria mais aceita que essa inflamação ocorra por origem VIRAL, na maioria dos casos mais provavelmente pelo vírus do Herpes Simples que é um vírus que já existe em boa parte da população adulta e pode ser reativado em determinados nervos do corpo humano, sem um fator desencadeante óbvio. Apesar disso, alguns indivíduos relatam um quadro se infecção de vias áereas superiores (gripe ou resfriado) nas duas semanas anteriores ao início da vertigem, o que pode inferir, nesses casos, uma origem por outros tipos de vírus.

 

O tratamento, se feito ainda nos primeiros dias, consiste no uso de medicamento da classe dos corticoides a fim de diminuir a inflamação do nervo e da instituição de reabilitação vestibular o mais precocemente possível. É importante evitar o uso prolongado de sedativos do labirinto como por exemplo o dimenidrinato, meclizina, flunarizina e a cinarizina, a fim de evitar que atrapalhe o processo natural de recuperação do labirinto (também chamado de compensação vestibular). Por isso é tão importante, assim que possível, a avaliação com o médico especialista em otoneurologia, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento correto.

 

Felizmente, a maioria das pessoas com essa condição apresentam melhora completa dos sintomas e voltam a ter uma vida normal em no máximo poucas semanas. Alguns poucos pacientes vão ter uma melhora incompleta e vão necessitar de reabilitação vestibular por um período mais prologado. Mas a melhor notícia é que raramente apresentam um episódio semelhante novamente.