DOENÇA DE MENIÈRE

A Doença de Menière é a mais antiga doença do labirinto, descrita pelo francês Prosper Menière em 1851. No entanto, ainda há muitas dúvidas sobre essa doença, a começar pela sua causa. Nessa doença, os pacientes apresenta uma espécie de aumento de pressão do líquido (endolinfa) de um ou de ambos os labirintos, algo conhecido como hidropsia endolinfática.

 

Pacientes com essa doença costumam apresentar crises recorrentes de vertigem, perda auditiva abafamento nos ouvidos e zumbido. No início da doença os sintomas são variáveis, podendo começar apenas com a vertigem e às vezes apenas com os sintomas auditivos. Pode demorar anos para que todos os sintomas comecem a acontecer e nem sempre a doença vai se manifestar da maneira completa.

A causa dessa doença é desconhecida na maioria das vezes, mas pode ser eventualmente causada por traumatismo na cabeça, doenças auto-imunes, doenças infecciosas, alterações vasculares, metabólicas ou inflamatórias, dentre outras.

 

O diagnóstico é clínico1 e depende da avaliação médica. O único exame realmente fundamental para seu diagnóstico é uma simples audiometria porém, outros exames podem auxiliar no diagnóstico.

Não existe consenso quanto qual seria o melhor tratamento, mas a grande maioria vai conseguir melhorar com algumas melhoras nos hábitos de vida e com medicações. O tipo de medicação utilizada e sua dose vão depender da avaliação médica de cada caso em particular. Alguns raros casos refratários vão necessitar de tratamentos invasivos como as injeções intratimpânicas e mais raramente ainda de cirurgias.

 

A maioria dos pacientes melhorará das vertigens em algum momento mesmo que sem tratamento. Ao que parece é uma doença auto-limitada. Porém, isso pode levar anos para acontecer e quase que invariavelmente acaba deixando alguma sequela auditiva (de graus variados).

O fato é que a Doença de Menière é muito heterogênea e nenhum tratamento vai funcionar para todos os pacientes. O grande obstáculo ainda é tentar descobrir qual paciente vai se beneficiar de qual tratamento. É provável que no futuro, em especial pelos avanços da genética, seja possível mapear melhor esses pacientes e proporcionar tratamentos mais personalizados.

 

 

1. Lopez-Escamez JA, Carey J, Chung WH, Goebel JA, Magnusson M, Mandala M, Newman-Toker DE, et al. Diagnostic criteria for Menière’s disease. J Vestib Res. 2015;25(1):1-7.